terça-feira, 26 de julho de 2011
Sonho.....
Já é velhinha mas continua a ser mágica! Era tão bom se a todos os momentos do dia nos lembrássemos que o sonho é efectivamente parte central das nossas vidas. Talvez se fossemos mais sonhadores, seríamos mais optimistas e....quem sabe, mais felizes. Hoje parece que todos se preocupam com materialismo e se esquecem de viver...de sonhar...o mundo à nossa volta vai-se fechando sobre nós, pressionando, asfixiando, e o sonho fica esquecido. Já não somos os mesmos.
Mas, apesar desses dias sem claridade, continuo em busca da minha pedra filosofal!!
Vaga, no Azul Amplo Solta
Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.
O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.
E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.
Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.
O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.
E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.
Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Ai o meu computador!
Quando eu começava a achar que as minhas relações com a informática estavam a melhorar...o meu pc resolveu pregar-me uma partida! Estou à nora. E ainda por cima num dia em que precisava mesmo de usar o meu bichinho...SOCORRO!
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Solidão....
Muitas vezes me perguntam se, por viver sozinha, não sinto o peso da solidão. Querem saber se não tenho medo, se me sinto infeliz, como faço para preencher o meu tempo quando não tenho companhia.
Nem sempre é fácil responder a esta questão de forma satisfatória. É que a resposta que me parece mais verdadeira hoje, amanhã pode já não ser.
Hoje, no meio das minhas pesquisas de trabalho, encontrei na net, um texto sobre este tema que me chamou a atenção. Aqui o partilho convosco:
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.
(Poema de Fátima Irene Pinto)
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.
Mais uma vez: PESSOA!
TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(…)
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(…)
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(…)
Come chocolates, pequena; Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(…)
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
(incompleto) Fernando Pessoa, 1888-1935
sábado, 11 de junho de 2011
Todos os textos que publiquei até agora são de pessoas que admiro pela capacidade que têm de transformar em palavras o mundo quase insondável das nossas mentes. É mais do que magia! Espanto-me com a forma como certas pessoas têm o dom de verbalizar o que tantas vezes os comuns mortais, como eu, pensam, sentem, sonham, temem....
Talvez um dia seja também capaz de fazer o mesmo. Não só ser inspirada mas também inspirar. Provavelmente falta-me encontrar a minha musa.......
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Uma coleção de livros com muiiiiito humor!
Aqui fica apenas um cheirinho de uma visão bastante "interessante" acerca do famoso "generation gap"!
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Os Açoreanos são os maiores!
Esta ceninha foi-me mostrada pela minha Elsinha! Ora vejam. E OUÇAM BEM! lol
Adorei!
"Há piores!" ehehehehe
terça-feira, 31 de maio de 2011
Humor e crítica social nas palavras de um artista!
Um dos artistas mais espantosos na arte da ventriloquia de que tenho memória!!!E com muito humor e inteligência a acompanhar. Espero que gostem!
sábado, 28 de maio de 2011
Nós e o mar...
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
(Sophia de Melo Breyner Andresen)
Fernando Pessoa - Um dos melhores poetas de todos os tempos!!!
Eu Nunca Guardei Rebanhos
Eu nunca guardei rebanhos, Mas é como se os guardasse. Minha alma é como um pastor, Conhece o vento e o sol E anda pela mão das Estações A seguir e a olhar. Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se a meu lado. Mas eu fico triste como um pôr de sol Para a nossa imaginação, Quando esfria no fundo da planície E se sente a noite entrada Como uma borboleta pela janela. Mas a minha tristeza é sossego Porque é natural e justa E é o que deve estar na alma Quando já pensa que existe E as mãos colhem flores sem ela dar por isso. Como um ruído de chocalhos Para além da curva da estrada, Os meus pensamentos são contentes. Só tenho pena de saber que eles são contentes, Porque, se o não soubesse, Em vez de serem contentes e tristes, Seriam alegres e contentes. Pensar incomoda como andar à chuva Quando o vento cresce e parece que chove mais. Não tenho ambições nem desejos Ser poeta não é uma ambição minha É a minha maneira de estar sozinho. E se desejo às vezes Por imaginar, ser cordeirinho (Ou ser o rebanho todo Para andar espalhado por toda a encosta A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo), É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol, Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz E corre um silêncio pela erva fora. Quando me sento a escrever versos Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos, Escrevo versos num papel que está no meu pensamento, Sinto um cajado nas mãos E vejo um recorte de mim No cimo dum outeiro, Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias, Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho, E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz E quer fingir que compreende. Saúdo todos os que me lerem, Tirando-lhes o chapéu largo Quando me vêem à minha porta Mal a diligência levanta no cimo do outeiro. Saúdo-os e desejo-lhes sol, E chuva, quando a chuva é precisa, E que as suas casas tenham Ao pé duma janela aberta Uma cadeira predileta Onde se sentem, lendo os meus versos. E ao lerem os meus versos pensem Que sou qualquer cousa natural — Por exemplo, a árvore antiga À sombra da qual quando crianças Se sentavam com um baque, cansados de brincar, E limpavam o suor da testa quente Com a manga do bibe riscado. ("O Guardador de Rebanhos", Alberto Caeiro) |
quinta-feira, 26 de maio de 2011
O primeiro dia do meu blog...
Ora esta coisa de criar o meu blog não foi assim tão fácil como parecia inicialmente... Pudera! As minhas aptidões para a informática ainda estão a começar a florescer. Digo eu. Mas a última palavra pertence ao formador!!
De qualquer forma, pelo menos eu estou a gostar e até já aprendi umas coisitas. lol
Até sábado!
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