sexta-feira, 16 de março de 2012

Andorinha

Talvez porque a Primavera está aí a chegar...


                                       ou talvez por me lembrar de mim através dos teus olhos...

Preciso de Ti!



Não conhecia a música mas tu, colega bloguista, deste-ma a conhecer e aqui fica a prova de que gostei...

Afinal ainda há romantismo, tinhas razão Amadeu! lol

Mais do que palavras...

Mais um poema que adoça o pensamento...


Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

                 Alexandre O'Neill


E o mesmo poema cantado por Mariza: a poesia e a música de mãos dadas.





quarta-feira, 14 de março de 2012

Daqui a uma semana celebra-se o Dia da Poesia (21 de Março).
A UNESCO decidiu, em 1999, proclamar o dia 21 de Março Dia Mundial da Poesia. O propósito deste dia é promover a leitura, escrita, publicação e ensino da poesia através do mundo.
Em jeito de preparação para esta ocasião, aqui fica um poema português que, embora aparente ser muito simples, nos faz refletir sobre questões extraordinariamente importantes:



Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

                                                António Gedeão

terça-feira, 13 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

O Grande Mia Couto

Perguntas à Língua Portuguesa
Mia Couto

Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem é idimensões?
Assim, embarco nesse gozo de ver como escrita e o mundo mutuamente se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente, nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica. Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé? Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulbúrbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas.
Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas?
Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
• Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
• No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
• A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
• O mato desconhecido é que é o anonimato?
• O pequeno viaduto é um abreviaduto?
• Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente.
• Quem vive numa encruzilhada é um encruzilhéu?
• Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
• Tristeza do boi vem de ele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
• O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
• Onde se esgotou a água se deve dizer: "aquabou"?
• Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço?
• Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
• Mulher desdentada pode usar fio dental?
• A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
• As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: "finanças"?
• Um tufão pequeno: um tufinho?
• O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
• Em águas doces alguém se pode salpicar?
• Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
• Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
• Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
• Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?
Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina. Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia. Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós. Colocámos essoutro português - o nosso português - na travessia dos matos, fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana.
Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas - o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos.
Devolver a estrela ao planeta dormente.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Recordar é Viver....


Não me batam mais, mas sessão nostálgica sem estas palavras do Espadinha não era sessão nostálgica digna do nome! 
Será que nessa época se era mais romântico do que agora? O romantismo ainda existe? "Sim, eu sei" que os atos românticos" também acompanham os tempos e as modas mas, será que não somos mais frios hoje? Sempre ocupados e preocupados em defender-nos será que não nos esquecemos de gostar sem medo?

Olhos castanhos



Pronto! Tenho de admitir: hoje está a reinar uma certa veia nostálgica. Que se há-de fazer? A vida também é feita de recordações e, como cantava o outro, "recordar é viver"! Podia dar-me para pior! Além disso, está a sair uma seleção bem eclética, por isso, talvez algumas destas recordações se cruzem com outras recordações e ainda façam desenhar alguns sorrisos.
E, na verdade, esta música não podia aqui faltar, já que, é sempre bom ouvir cantar sobre os "meus olhos castanhos"!

Recordar as minhas aulas de francês no 12º ano! lol


Je vois la vie en rose! ehehe

Ao som desta voz, qualquer um se sente apaixonado!


Lindo!

De novo e sempre, Fernando Pessoa!


O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


                                          
                                                               Alberto Caeiro

"Solidão" by Paulo Coelho


Desde as noites dos tempos, os homens se reuniam em torno das fogueiras e contavam suas histórias de batalhas, suas histórias de conquistas, as emoções que eles tinham passado pela vida...
[…]
Todos nós precisamos de amor, o amor faz parte da natureza humana, como faz parte da natureza humana comer, beber e dormir.
Já aconteceu com todos nós contemplar um belo pôr de sol, uma bela paisagem, fazer uma linda viagem, mas como a gente tá sozinho, a gente não tem com quem compartilhar aquilo, toda essa beleza se torna opressora, nos faz ficar menores, mais amargos porque dá vontade de ter alguém do lado e dizer: olha que bonito fulano(a)! E no entanto não tem ninguém ali.
Nesse momento então, a gente deve se perguntar quantas vezes nos pediram amor e nós simplesmente viramos o rosto pro outro lado. Quantas vezes a gente teve medo de se aproximar de alguém e dizer com todas as letras que estávamos apaixonados.
A solidão é muito perigosa, as pessoas acham que a solidão é confortável, porque ela nos evita sofrer. Carlos Drummond de Andrade tem uma linda poesia e nessa linda poesia ele tem um verso que diz o seguinte: “Admiro nos vegetais a carga de silêncio, Luís Maurício / Mas há que tentar o diálogo, quando a solidão é um vício.”
Eu conheço muita gente que com medo de sofrer escolhe a solidão, e aí quando as pessoas falam ou comentam qualquer coisa, dizem: não, isso foi escolha minha.
Ora bolas duvido que a solidão seja a melhor escolha, às vezes é bom ta sozinho
Mais escolher ficar apenas sozinho, é preciso ter muito cuidado porque a solidão vicia tanto quanto as drogas mais perigosas!
Se na sua vida o pôr-do-sol começa a parecer não ter mais sentido, seja humilde e vá em busca de amor. Saiba que você vai evidentemente passar por algumas rejeições, vai ouvir uns nãos, vai ouvir certos comentários maliciosos, mas vale a pena lutar, vale a pena porque o amor, como todos os outros bens espirituais, vem em quantidade, quanto mais você dá, mais você recebe em troca.

One More Time...



sexta-feira, 2 de março de 2012

SONETO DE AMOR



Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus, não digas nada...
Deixa a vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

Don't you remember...


Someone Like you

I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
Guess she gave you things, I didn't give to you
Old friend
Why are you so shy
It ain't like you to hold back
Or hide from the light
I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah
You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summery haze
Bound by the surprise of our glory days
I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over yet
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah
Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes they're memories made
Who would have known how bitter-sweet this would taste
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah, yeah